quarta-feira, 23 de junho de 2010

Com um "P" grande

Aos demais elevados déspotas que este País alguma vez possa ter digerido ou venha a digerir, eis a consequência dada como certa a um pleito que é Portugal e o que são os Portugueses, não sendo possível qualquer intuito redentor.
Nesta quezília encontra-se a forma contemplativa que por excelência de trato e bom senso é-nos retratada por Fernando Pessoa, sendo o que me ocorre de momento é mesmo facto do que é ser português e esta congénita forma de estar e de ser, decerto que se retrata na origem e na forma tão evidente como própria ? A premonição começa pela nossa bandeira numa das mais alusivas e justas definições dada pelo Poeta;

[...] imposto por reduzidíssima minoria de esfarrapados morais, nos serve de bandeira nacional - trapo contrário à heráldica e à estética, porque as duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português - o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito mental, devem alimentar-se. [...]

Prostrado fico com tal facto exemplarmente apontado, por vezes; resfrio-me na vontade e no aspecto de não querer ser Português endémico, mas nem sempre este sentimento está presente, de Eça a Fernando Pessoa,Almada Negreiros,para não citar os demais que fundamentaram o pensamento e a razão, são um claro aviso à nossa presente época, não sendo demais relembrá-los;

[...] Ainda bem que isto vai mal, porque isso é a nossa salvação. A república actual é a continuação do estado de coisas da monarquia, com simplesmente isto a mais: a abolição de melhorar este estado de cousas. [...]

De lá para cá, desde casas régias que depuraram o País, deixando-o à mercê duma horda de pérfidos moralistas, à de uma sociedade inculta, veja-se o que diz Almada Negreiros na revista SW-Sudoeste, as épocas mudaram, mas o conceito ficou:

0 comentários:

Enviar um comentário